Eclipse lunar reúne centenas de pessoas no Mirante do Mangabeiras
Em busca de uma visão privilegiada, quem esteve no espaço público acompanhou todo o ciclo do fenômeno astronômico. Na Praça do Papa, também foi expressiva a presença de público.
Um fenômeno de rara beleza, o mais longo eclipse lunar do século, conhecido como “Lua de Sangue”, foi visto por centenas de pessoas na noite desta sexta-feira no Mirante do Mangabeiras, Centro-Sul de Belo Horizonte. Não faltaram câmeras fotográficas e de vídeo no local, e até um telescópio de pequeno porte, tudo para um melhor registro. O público também ocupou a Praça do Papa, na mesma região, mas quando a Lua pôde ser vista no espaço já não estava avermelhada.
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Para a empresária Sandra Vogel, de 42 anos, que tem a fotografia como um hobby, foi um cenário perfeito. “Gosto de fotografar a natureza e quando soube do eclipse me programei, buscando saber o horário e o melhor local em BH para uma boa visão. Mais do que a beleza plástica da imagem, é um fenômeno que traz uma boa vibração. Algo diferente de todos os registros que já fiz”, descreveu a empresária.
Renato Carvalho, de 41, servidor público do município de Contagem, também marcou presença no mirante, acompanhado de sua cachorrinha “Psiquê”. “Cheguei cedo, fiz fotos ainda no fim da tarde, bem no começo do eclipse. Gosto de fotografar esses fenômenos, como o da ‘superlua’, mas não tinha registrado nada dessa grandeza. Só de saber que é um eclipse único com essas características no século valeu a pena acompanhá-lo desde os primeiros momentos até o fim”.
Para permitir que turistas e belo-horizontinos assistissem ao fenômeno de um lugar privilegiado, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica decidiu estender o horário de funcionamento do Mirante do Mangabeiras. O espaço, que fecha às 18h30, estendeu o funcionamento até as 21h.
E foi com a intenção de visualizar o eclipse de um local assim, privilegiado, que um trio de Montes Claros, no Norte de Minas, marcou presença no mirante. Mariana Bastos, de 28, a namorada Giovanna Filpi, de 29, e o cunhado Gabriel, de 22, com os cachorros Chico e Zika, se reuniram pela primeira vez no espaço, depois de um ano morando na capital. E eles ficaram divididos entre a vista do fenômeno no céu e o belo horizonte da cidade.
“Este é um momento que traz um olhar diferente sobre BH. Não só pelo fenômeno astronômico, mas pela vista maravilhosa da cidade”, disse Gabriel. “Ficamos sabendo que do mirante se teria uma boa visão do eclipse, mas não conhecíamos esse lugar maravilhoso”, acrescentou Giovanna. “Sem dúvida, este é um daqueles momentos que marcam a vida da gente”, resumiu Mariana.
A professora de geografia Viviane Rocha, de 42, disse que há um ano fez um curso de extensão em astronomia e desde então vem observando os fenômenos da área, incentivando seus alunos. “Sem dúvida é um momento especial. Por isso, convidei algumas amigas e viemos para ver o espetáculo”, contou a professora.
Um fenômeno para marcar o século
De costas para o sol poente, as pessoas puderam ver a olho nu, em Belo Horizonte, o mais longo eclipse lunar do século 21, entre as 17h30 e as 20h30 desta sexta-feira. O eclipse total – quando a Lua foi completamente encoberta – durou uma hora e 43 minutos.
Um eclipse ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham. No caso de um eclipse lunar, a Terra fica posicionada entre o Sol e a Lua, bloqueando a luz solar. O fenômeno ocorre porque a Lua entra na sombra criada pela Terra. Quando há um eclipse total, a Lua adquire uma coloração avermelhada ou alaranjada, por isso o fenômeno é chamado de “Lua de Sangue”.
A Lua viaja para uma posição similar a cada mês, mas a inclinação de sua órbita faz com que ela normalmente passe acima ou abaixo da sombra da Terra – então, na maioria dos meses, temos uma lua cheia sem eclipse.
Especialistas explicam que a longa duração do eclipse lunar deste ano se deveu em parte ao fato de o satélite natural da Terra ter feito uma passagem quase central através da umbra do planeta. A Lua também esteve no ponto mais distante de sua órbita do nosso planeta, fazendo com que seu movimento pelo céu ficasse mais lento de nossa perspectiva, passando assim mais tempo no escuro.